segunda-feira, 30 de novembro de 2009

OLHA O PANETONE DOS DEMOCRATAS!!


O MELÔ DO PANETONE (Edmar Melo)

O Governador Arruda
Do Distrito Federal
Pegou pesado em propina
Mas desta vez se deu mal
Tem áudio e vídeo gravado
Com ele sendo flagrado
Na Polícia Federal

Ele já quebrou sigilo
De votação no Senado
Teve que renunciar
Para evitar ser cassado
E disse de cara-dura
Que mesmo sob tortura
Não confessava o pecado

Agora o bicho pegou
Depois que ele foi filmado
Recebendo grana preta
De delator premiado
E com a cara de besta
Pediu até um cesta
Pra colocar seus "trocados"

A polícia descobriu
Que sua administração
Tinha esquema de propina
Nos moldes do mensalão
Com compra de deputado
Com dinheiro arrecadado
Vindo da corrupção

Porém, Arruda alegou
Ter gente passando fome
Que o dinheiro recebido
Foi pra comprar panetone
Entretanto, a Federal
Não viu ação social
E nem bondade no homem

O placar do mensalão
Agora desempatado
Proíbe partido sujo
Falar doutro mal lavado
Vez que só faltava o DEM
Demonstrar como ninguém
Como se compra aliado.

Edmar Melo

OSCAR DE MELHOR ATOR: JOSÉ ROBERTO ARRUDA

Filme antigo sobre a crise do "Painel do Senado".

OLHA O PANETONE!!!


O Oscar para o "Cineasta" do ano vai para: Durval Barbosa. Os filmes retratam o "Mensalão do DEM". Extorsão de empresários (40%)inflacionando o "mercado de propinas" (a taxa de Malufe era de, no máximo, 20%); compra de parlamentares (faltou bolso no paletó do Presidente da Câmara Distrital, que teve que colocar dinheiro até nas meias) e um dinheirinho para o Governador do DEM, José Roberto Arruda, comprar uns panetones para o Natal dos pobres de Brasília. Tudo filmado pelo grande "cineasta" Durval Barbosa, que por vias tortuosas presta um grande serviço ao Brasil.


sábado, 28 de novembro de 2009

ONDE ESTÁ A HONESTIDADE?

A pergunta de Noel continua sem resposta. Noel era um profeta ou são os políticos que insistem em fazer do poeta da Vila um cronista contemporâneo? Confiram seu antológico Onde Está a Honestidade. de 1933


OLHA OS "DEMOS AÍ, GENTE





O Governador, Democrata, do Distrito Federal, José Roberto Arruda e Secretários pegos com "a boca na botija". A gente morre e não vê tudo. OAB-DF, vai pedir Impeachemente, Saiu no "VERMELHO". Confiram.

OAB poderá pedir impeachment de José Roberto Arruda
Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) informou que analisará o inquérito que motivou a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, para examinar se há elementos para pedir o impeachment do governador José Roberto Arruda (DEM).

O dinheiro apreendido
A decisão foi anunciada pela presidente da seccional, Estefânia Viveiros, depois de reunião de emergência com o vice-presidente Ibaneis Rocha na sexta-feira. Caso haja elementos para pedir o impeachment, a proposta será submetida ao Conselho Pleno, órgão máximo da entidade.

A operação da PF apura um suposto esquema de propina à "base aliada" do governo. O secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, foi o colaborador da investigação e gravou uma conversa em que o governador, José Roberto Arruda (DEM), apareceria negociando com ele o destino de R$ 400 mil.

A PF informou que, além dos R$ 700 mil apreendidos nas buscas cumpridas na sexta, foram encontrados ainda US$ 30 mil e 5 mil euros. As buscas foram realizadas em empresas e em residências e gabinetes de deputados distritais que integram a base de apoio do governador do Distrito Federal.

São investigados os deputados distritais Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulisses (PSB), Pedro do Ovo (PRP) e o presidente da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente (DEM).

Algumas empresas do DF também fazem parte da investigação e foram realizadas buscas em suas sedes. Além das empresas, três pessoas físicas são citadas por Durval Barbosa como as que teriam repassado ao suposto esquema parte dos R$ 600 mil rastreados. Entre elas está o secretário de educação do DF, José Luiz Vieira Valente, que foi afastado do cargo.

Foram afastados também, durante o período das investigações, o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, o chefe de gabinete, Fábio Simão, e o assessor de imprensa do governo, Omézio Pontes. O secretário de Relações Institucionais foi exonerado.



A CALHORDICE DA FOLHA




A Folha, um dos orgãos do Partido Imprensa Golpista - PIG, soltou mais um de seus factóides. Lula, quando preso no DOPS de São Paulo, teria tentado estuprar outro preso, segundo um texto de César Benjamin no jornal. Faço minhas as palavras do Luiz Carlos Azenha. Reproduzo.


A “MALANDRAGEM” CAFAJESTE DO OTAVINHO

por Luiz Carlos Azenha

Otávio Frias Filho é um cafajeste. A edição da Folha de S. Paulo de hoje, aquela que trouxe como não quer nada uma acusação-bomba ao presidente da República, assinada por outro cafajeste, é uma tentativa mal disfarçada de “malandragem” jornalística.

Não leio a Folha faz tempo, por isso. Não assino o UOL. Não compro nenhum produto do grupo Folha. Fiz isso muito antes que outros blogueiros esperneassem contra o jornal. Se tiver de ler algum jornal, leio o Estadão. O Estadão não disfarça. É um jornal conservador. Defende interesses conservadores. A Folha é um jornal dirigido por um cafajeste. Um cafajeste medroso, que não tem coragem nem de assumir suas posições políticas claramente. Um cafajeste que se apresenta como “neutro”, “imparcial” e outras safadezas do gênero.

Por dever de ofício, peguei a edição da Folha de hoje, emprestada de um amigo. O jornal dedicou espaço em três páginas para atacar o filme sobre Lula. Está claro, para quem é do ramo, que a Folha quis enfeitar o pavão em torno do artigo do César Benjamin. Que é um cafajeste, simples assim, por ter feito uma acusação gravíssima contra um presidente da República sem apresentar provas, sei lá com qual objetivo político. Inveja? Dor de cotovelo? Ódio ideológico?

Mas volto ao jornalismo cafajeste da Folha: se o jornal de fato pretendia investigar o assunto, poderia muito bem ter publicado a denúncia como manchete de primeira página. Mas, se fosse assim, ficaria muito claro o jogo político. E a Folha se exporia. O que fez o jornal? Cercou o texto de César Benjamin de outras reportagens sobre o filme “O Filho do Brasil” e, como quem não quer nada, deixou a acusação flutuando no meio do texto.

Dois colegas jornalistas disseram que começaram a ler o texto de Benjamin mas desistiram no meio: era muito chato. Só ficaram sabendo da acusação na internet. Que, presumo, foi justamente o objetivo: agora os textos de “Dilma, terrorista” vão acompanhar os de “Lula, estuprador”, nos e-mails que se espalham pelo mundo e ganham destaque especialmente nos chats e nos sites de relacionamento. É a propaganda eleitoral do século 21.

Sei do que estou falando: desde que o Viomundo tocou no assunto, recebi uma onda de comentários sustentando as acusações contra o presidente da República, de “leitores” que nunca estiveram no site. É, presumo, a turma encarregada de espalhar a “acusação” contra Lula, de dar pernas à versão assinada por César Benjamin. Ele é a Miriam Cordeiro, versão 2010. Faz parte dos que pretendem detonar o filme com o objetivo de evitar que Lula, lá adiante, transfira votos para a ministra Dilma Rousseff. Evitar que o “estuprador” eleja a “terrorista”. Isso dá uma medida do desespero que essa possibilidade, cada vez mais factível, causa. E é na hora do desespero que os cafajestes se revelam.

PS: Um dos jornalistas com os quais conversei a respeito, leitor da Folha há décadas, me disse: “Vou cancelar a assinatura. Agora deu.”.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

DEU NO DER SPIEGEL E O PIG ESTRIBUCHA!



Der Spiegel, em Alemão, "O Espelho". Revista alemã, uma das mais influentes do mundo. Publicada desde 1947.

Der Spiegel, sobre o Brasil
Atualizado em 26 de novembro de 2009 às 09:34 Publicado em 26 de novembro de 2009 às 09:30

25/11/2009
"Pai dos Pobres" provocou milagre econômico no Brasil
Der Spiegel
Jens Glüsing

O Brasil é visto como uma história de sucesso econômico e sua população reverencia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um astro. Ele está na missão de transformar o país em uma das cinco maiores economias do mundo por meio de reformas, projetos gigantes de infraestrutura e explorando vastas reservas de petróleo. Mas ele enfrenta obstáculos.

Elizete Piauí aguarda pacientemente por horas à sombra de uma mangueira. Ela calça sandálias de plástico e veste um short largo sobre suas pernas finas. A 40ºC, o ar tremula neste dia incomumente quente na Barra, uma pequena cidade no sertão, o coração do Nordeste brasileiro. Mas Elizete não se queixa, porque hoje é seu grande dia, o dia em que se encontrará com o presidente, que está trabalhando para fornecer água encanada para sua casa.

O barulho de um helicóptero sinaliza sua chegada. A aeronave branca sobrevoa a multidão antes de pousar. Uma escolta de batedores acompanha o presidente até a cerimônia.

Lula sai da limusine vestindo uma camisa branca de linho e um chapéu militar verde. Ignorando os dignitários locais em seus ternos pretos, Lula segue direto para a multidão atrás de uma barreira de segurança. "Lula, Papai!", chama Elizete. Ele a puxa até seu peito e aperta a mão de outros na multidão, permitindo que as pessoas o toquem, façam carinho e o abracem. Gotas de suor correm pelo seu rosto corado enquanto pessoas o puxam pela camisa, mas Lula se deixa embeber na atenção. Ele se sente em casa aqui, em uma das regiões mais pobres do Brasil.

O presidente passa três dias viajando pelo sertão. Ele conhece a rota. Ele veio à região pela primeira vez há 15 anos, em campanha, viajando de ônibus e ficando hospedado em locais baratos. Ele fazia paradas em todas as praças, sete ou oito vezes por dia, geralmente realizando seus discursos na traseira de um caminhão. Sua voz geralmente ficava rouca e fraca à noite e ele tinha que trocar sua camisa suada até 10 vezes por dia.

'Ele ainda é um de nós'
Agora ele viaja de helicóptero e carros blindados, com os carros da polícia, com suas luzes piscando, abrindo o caminho ao longo das estradas. Voluntários montam aparelhos de ar condicionado e bufês nos aposentos de Lula, às vezes até mesmo estendem um tapete vermelho. A imprensa critica as despesas, mas isso não incomoda a maioria dos brasileiros, porque eles têm orgulho de seu presidente. Ele chegou ao topo, eles argumentam, então por que não desfrutar de seu sucesso? "Ele ainda é um de nós", diz Elizete, "porque ele é o pai dos pobres".

Lula está familiarizado com o destino dos nordestinos pobres do Brasil. Ele nasceu no sertão, mas sua mãe colocou seus filhos na traseira de um caminhão e os levou para São Paulo, 2 mil quilômetros ao sul. A posterior ascensão de Lula ao poder começou nos subúrbios industriais de São Paulo. Sua mãe foi uma das centenas de milhares de pessoas carentes que deixaram o sertão atormentado pela seca, com seus campos ressecados e animais morrendo de sede, e migraram para o sul mais rico, para trabalhar como porteiros, garçons, operários de construção ou empregados domésticos.

Em um plano para tornar verde esta região árida, Lula está explorando as águas dos 2.700 quilômetros do Rio São Francisco, um rio vital para grandes partes do Brasil. O rio fornece água para cinco Estados, mas ele faz contorna o Sertão. Segundo o plano de Lula, dois canais desviarão água do rio por 600 quilômetros até as áreas atingidas pela seca. "É o mínimo que posso fazer por vocês", Lula diz às pessoas na Barra.

Projeto controverso
O megaprojeto, que exige a superação de uma diferença de altitude de 200 metros, tem um custo estimado de R$ 6,6 bilhões. Lula posicionou soldados na região para escavar os canais. Oito mil trabalhadores labutam nos canteiros de obras enquanto tratores e escavadeiras movem a terra pela estepe. Se tudo correr bem, 12 milhões de brasileiros se beneficiarão com o projeto de transposição de águas, que deverá ser concluído em 2025. É o maior e mais caro projeto de Lula, assim como provavelmente seu mais controverso.

Aqueles que o apoiam comparam Lula ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, que represou o Rio Tennessee nos anos 30, para fornecer eletricidade à região, e que lançou o New Deal, um imenso programa de investimento para superar a Grande Depressão. Mas os críticos veem a obra como um imenso desperdício de dinheiro. O projeto também atraiu a ira dos ambientalistas e até mesmo o bispo da Barra já fez duas greves de fome contra ele. Ele teme que o projeto de transposição das águas secará ainda mais o rio, alegando que a irrigação beneficiaria principalmente o setor agrícola.

O bispo não está presente. Dizem que ele está participando de reuniões fora da cidade. Na verdade, o religioso está mantendo discrição. As críticas ao presidente são desaprovadas por sua congregação. Lula fala a linguagem das pessoas comuns, contando histórias de sua juventude aos seus simpatizantes, histórias dos tempos em que sua mãe o enviava para buscar água e ele voltava para casa equilibrando um balde pesado sobre sua cabeça. Ele tinha cinco anos na época.

O Brasil já foi chamado de "Belíndia", um termo cunhado por um empresário que via o vasto país como uma mistura entre a Bélgica e a Índia, um lugar com riqueza europeia e pobreza asiática, onde o abismo entre ricos e pobres parecia intransponível. Lula foi o primeiro a construir uma ponte entre os dois Brasis.

Agora ele é tanto o queridinho dos banqueiros quanto ídolo dos pobres. Com o chamado presidente operário no comando, o Brasil está atraindo investidores de todas as partes do mundo. Jim O'Neill, o economista chefe do Goldman Sachs, inventou a sigla Bric para as economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China, prevendo um futuro brilhante para o gigante sul-americano. Mas seus colegas zombaram dele. A China e a Índia certamente tinham perspectivas, mas o Brasil? Por décadas o país era visto como um gigante acorrentado, atormentado por crises infindáveis e inflação.

Potência econômica ascendente
Mas hoje o "B" é a estrela entre os países Bric, com os especialistas prevendo um crescimento de até 5% para a economia brasileira em 2010. O Brasil está atualmente crescendo mais rápido do que a Rússia e, diferente da Índia, não sofre de conflitos étnicos ou disputas de fronteira. O país de 192 milhões de habitantes possui um mercado doméstico estável, com as exportações - carros e aeronaves, soja e minério de ferro, petróleo e celulose, açúcar, café e carne bovina - correspondendo a apenas 13% do produto interno bruto.

E como a China substituiu os Estados Unidos como maior parceira comercial do Brasil no início deste ano, o país não foi severamente afetado pela recessão no mercado americano como poderia ter sido. Os bancos do Brasil são fortes, estáveis e não encontraram grandes dificuldades durante a crise. Mais importante, entretanto, é o fato do Brasil ser uma democracia estável, ao estilo ocidental.

O país pagou sua dívida externa e até mesmo passou a emprestar ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo acumulou mais de US$ 200 bilhões em reservas e o real é considerado uma das moedas mais fortes do mundo. Especialistas internacionais preveem uma década de prosperidade e crescimento para o país. Lula prevê que o Brasil será uma das cinco maiores economias do planeta em 2016, o ano em que o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos. O país será sede da Copa do Mundo de 2014.

E ainda há os recursos naturais aparentemente ilimitados do Brasil, vastas reservas de água doce e petróleo. O Brasil exporta mais carne do que os Estados Unidos. E a China estaria em dificuldades sem a soja brasileira. Nos hangares da fabricante de aviões, a Embraer, perto de São Paulo, engenheiros brasileiros constroem aviões para companhias aéreas de todo o mundo, incluindo aviões para trajetos menores para a Lufthansa.

Um patriarca extremamente popular
Em outras palavras, o presidente Lula tem bons motivos para estar repleto de autoconfiança. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o estão cortejando, enquanto Wall Street praticamente o venera. Ele é até mesmo tema de um novo filme, "Lula, o Filho do Brasil", que descreve a saga de sua ascensão de engraxate a presidente.

Todo o Brasil desfruta da fama de seu presidente que, há menos de sete anos no poder, atualmente conta com um índice de aprovação acima de 80%. A oposição praticamente desapareceu e o Congresso se tornou submisso. Lula dirige o país como um patriarca, tanto que seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, o está acusando de "autoritarismo" e alertando que o Brasil está no caminho de um capitalismo estatal.

Há um quê de verdade nas alegações de Fernando Henrique. Lula nunca teve confiança na capacidade do mercado de curar a si mesmo e considera que o Estado deve moldar uma nova ordem social. Ele adora projetos impressionantes e gestos nacionalistas. Ele é pragmático, mas despreza especuladores. "Brancos com olhos azuis" levaram o mundo à beira da ruína financeira, ele disse recentemente. Ele falava dos banqueiros.

A crise financeira apenas confirmou o ceticismo de Lula em relação ao capitalismo. Lula acredita que o Brasil lidou melhor com a crise do que outros países porque o governo adotou medidas corretivas desde cedo. Segundo Lula, o combate à pobreza e a distribuição justa de renda não podem ficar aos cuidados do mercado.

Classe média crescente
Sob sua liderança, milhões de brasileiros ingressaram na classe média. A evidência dessa transformação social está por toda a parte: nos shopping centers do Rio e São Paulo, lotados de famílias barulhentas da periferia, ou nos aeroportos, onde mães jovens ficam na fila do balcão de check-in, aguardando para embarcar em um avião pela primeira vez em suas vidas. "A desigualdade entre ricos e pobres está começando a diminuir", diz o economista e especialista em estudos sobre a pobreza, Ricardo Paes de Barros.

A chave para aquela que provavelmente é a maior redistribuição de riqueza na história brasileira é o programa social Bolsa Família, sob o qual uma mãe carente que possa comprovar que seus filhos estão frequentando a escola recebe até R$ 200 por mês do governo. A primeira vista pode não parecer muito, mas este subsídio do governo ajuda milhões de pessoas a sobreviverem no Nordeste brasileiro.

Especialistas inicialmente criticaram o programa como sendo apenas uma esmola, mas agora ele é visto como um modelo mundial. Mais de 12 milhões de lares recebem os subsídios, com grande parte do dinheiro indo para o Nordeste. Graças ao programa Bolsa Família, a região antes atingida pela pobreza começou a prosperar. Muitos nordestinos abriram pequenas empresas ou lojas e a indústria descobriu o Nordeste como mercado. "Agora a região está crescendo por conta própria", diz Paes de Barros.

Lula foi abençoado pela sorte. Seu antecessor, Fernando Henrique, já tinha estabilizado a economia, que sofria com a hiperinflação, quando foi ministro da Fazenda em 1994. Ele impôs uma reforma da moeda ao país e implantou leis que forçaram o governo a adotar políticas com responsabilidade fiscal. Lula não mudou nada disso.

Não havia necessidade de Lula reinventar a política econômica e social do Brasil. O país tem uma tradição de controle total da economia pelo governo que remonta aos anos 30.

O plano Marshall próprio do Brasil
Os centros nervosos da política econômica do país ficam abrigados em dois imponentes arranha-céus no centro do Rio. O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que conta com seus escritórios em uma torre de aço e vidro, foi criado com a ajuda americana e usando o KFW Banking Group da Alemanha como modelo. Ele financiou uma versão brasileira do Plano Marshall.

Nos anos 90, o BNDES administrou com sucesso a privatização de muitas estatais brasileiras. Hoje, ele fornece assistência a fusões e aquisições corporativas, ajuda empresas em dificuldades e financia os investimentos estratégicos do governo.

O BNDES é altamente respeitado. Acredita-se que seja em grande parte livre de corrupção e ele paga os mais altos salários do país. "Há um ano, os bancos estrangeiros batiam à minha porta perguntando se o Brasil estava preparado para a crise financeira", diz Ernani Teixeira, um dos diretores financeiros do banco. Teixeira conseguiu tranquilizá-los, notando que o BNDES tinha separado R$ 100 bilhões em reservas adicionais. No ano passado, o banco emitiu mais empréstimos e garantias de empréstimos do que o Banco Mundial - e até apresentou um lucro respeitável.

O segundo pilar do milagre econômico brasileiro fica diagonalmente no outro lado da rua: um bloco de concreto, iluminado à noite com as cores nacionais, verde e amarelo, é a sede do grupo de energia semiestatal Petrobras. A empresa planeja investir US$ 174 bilhões nos próximos quatro anos em plataformas de perfuração, navios e outros equipamentos para explorar as grandes reservas de petróleo além da costa do Brasil.

Há um ano e meio, a Petrobras descobriu novas reservas de petróleo sob o leito do oceano. Mas o petróleo será difícil de extrair, por estar situado abaixo de uma camada de sal em profundidades de pelo menos 6 mil metros. A expectativa é de que os poços comecem a produzir daqui pelo menos seis anos. A receita desse petróleo será depositada em um fundo que o governo usará principalmente para financiar novas escolas e universidades.

Lula apresentou recentemente uma legislação que regulamentaria a exploração das reservas de petróleo submarinas, fortalecendo assim o monopólio da Petrobras. Especialistas temem que Lula esteja criando um monstro corporativo poderoso e corruptível.

Obstáculos burocráticos
O imenso apagão que ocorreu simultaneamente em grandes partes do país, há duas semanas, teria sido um sinal de alerta de que o governo está indo além de sua capacidade? A modernização da infraestrutura decrépita do Brasil está avançando, mas lentamente. Bilhões de dólares em investimentos em portos, construção de estradas e no setor de energia existem apenas no papel, com a implantação atrapalhada por uma burocracia kafkaniana e um Judiciário moroso. Além disso, o país também não teve muito sucesso no combate à criminalidade.

Lula tem mais um ano no poder, após ter resistido à tentação de manipular a Constituição para garantir sua reeleição para um terceiro mandato. Ávido em preservar seu legado, ele tem buscado a indicação de sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como sua sucessora, apesar da resistência dentro do próprio Partido dos Trabalhadores.

Rousseff, que foi integrante dos grupos guerrilheiros de esquerda após o golpe militar de 1964 e que posteriormente passou anos presa, tem uma reputação de tecnocrata competente, mas é vista como inacessível e autoritária. Ela está acompanhando o presidente em suas viagens pelo país, inaugurando novas estradas e usinas elétricas. Lula a apoia de modo tão determinado que até parece estar fazendo campanha para si mesmo.

Ela também está com ele em seu giro pelo Nordeste, apesar dos médicos terem removido um tumor de sua axila há poucos meses. Acredita-se que ela esteja curada e ela atualmente usa uma peruca após a quimioterapia. Seu rosto é pálido e seu sorriso parece congelado. O presidente a puxa para o seu lado quando ele caminha até o microfone, e ele menciona o nome dela repetidas vezes.

Elizete Piauí, ainda completamente embriagada pelo seu encontro com Lula, a viu pela televisão. Ela sabe que Dilma é a candidata de Lula e ela fará campanha pela ministra, apesar de que preferiria que Lula permanecesse no poder. "Eu votarei em qualquer pessoa que ele indicar", ela diz.

Lula também prometeu retornar. Antes do fim de sua presidência, ele planeja fazer outra viagem ao Nordeste para ver o quanto progrediram as obras no Rio São Francisco. Talvez, espera Elizete, ele terá atendido seu maior desejo até lá e ela poderá servir a ele um copo de água - de sua própria torneira, em sua própria casa.

Tradução: George El Khouri Andolfato

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CORAÇÃO VULGAR

Uma raridade. Bethãnia cantando Coração Vulgar do Paulinho da Viola acompanhada no violão pelo compositor. E lá se vão 40 anos e a beleza continua.




Mais Paulinho e Bethânia. Em 1969, eles estavam sendo entrevistados pelo francês, Pierre Barouh para o documentário "Saravah". Eles cantam Tudo é Ilusão de Eden Silva e Tufy Lauar e Pecadora dos compositores da Portela, Jair do Cavaquinho e Joãozinho.


INTENTONA COMUNISTA DE 1935




Existem várias versões para o caso, mas a hipótese mais aceita é a de que teria sido realmente planejado em conjunto com a Internacional Comunista (Comintern). O grupo organizador, no Brasil, era composto por Luís Carlos Prestes e sua mulher, Olga Benário, além de Rodolfo Ghioldi, Arthur Ernest Ewert, Ranieri Gonzales e alguns outros membros do Partido Comunista do Brasil (PCB).

O levante aconteceu em pontos esparsos do território nacional, a saber: em Natal e arredores, entre 23 e 25 de novembro; em Recife, logo após; e Rio de Janeiro, em 27 de novembro. O último levante, no Rio, é considerado como apenas um ato de lealdade dos conspiradores sediados nessa cidade, pois havia ficado claro que o movimento não teria chances reais de revolucionar o país.

Ainda a respeito levante do Rio de Janeiro, os militares propagaram durante muitos anos uma versão que dava conta do suposto assassinato durante o sono de oficiais que não quiseram se rebelar por parte dos comunistas. Contudo, há documentos oficiais que revelam que os quartéis do Rio de Janeiro estavam em prontidão e não haveria militares que pudessem estar dormindo em tais condições. Até recentemente, eram feitas comemorações públicas pelo exército em 27 de novembro, no cemitério S.João Batista, em homenagem aos militares legalistas mortos durante a intentona, as quais davam oportunidade, antes e durante a ditadura militar de 1964-1985, a ameaças, demonstrações de força, articulações golpistas e manifestações anti-comunistas histéricas de ultras de Direita entre os militares.

Precisamente por isto, estas festividades foram tidas como incompatíveis com a legalidade democrática restaurada em 1985 e discretamente descontinuadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Um monumento às vítimas (legalistas) da Intentona continua erguido na Praia Vermelha.

O movimento preparou caminho para que Getúlio Vargas decretasse o Estado Novo em 1937, golpe que se motivou oficialmente pela "ameaça comunista".

Fonte: pt.wikipedia.org

DO LIVRO "GAVETA DE SAPATEIRO"

Carta de um matuto do Piauí, semi analfabeto, para sua mãe.
"Mamãe, Parnaíba é uma cidade monarca de grande. Demanhãzinha se alvoroça tanta gente na beira do rio que parece formiga arredó de lagartixa morta e quase tudo é trabaiadô caçando ganho. O mercado é outro despotismo: se arreune mais povo do que na desobriga, quando padre diz missa na capela dos Morro, da dona Chiquinha. Tudo se vende; de tudo se faz dinheiro; fiquei besta de espiar gente comprando maxixe, quiabo, limão azedo, folha de joão gome e inté taiada de girimun. O passadio daqui é bom. Todo dia eu como pão da cidade com manteiga do reino.
Mamãe, as coisas aqui são muito diferentes e adversas daí. As casas são apregadas umas nas outras que nem casa de maribondo de parede e é quase tudo de telha e atijolada e umas delas calçada e forrada de tauba por riba que nem gaiola de xexéu e que chama sobrado. gente rica aqui é demais. Inda ontem numa loja eu vi uma ruma de dinheiro de cobre no chão que parecia juá, quando se ajunta mode dar a bode em chiqueiro.
Mamãe, a Igreja faz intá sobroço, de tão grande e alta. cabe dentro dela todos os moradores de Barra da Lage, do Bom Princípio, da Fazenda Nova e ainda se adquire lugar para mais de cem vivente. O povo daqui tem um sestro muito engraçado: não diz "Ô de casa" não! quando chegam na casa alêia, batem palma como quem estruma cachorro mode acuar tatu em buraco.
Mamãe, a luz daqui é feita num tal de gazome; não precisa pavio nem trucida de algodão mode acender; é só destrocer uma torneira como quem tira cachapa de ancoreta e riscar um fosco que a luz acende biatamente e tão clara que faz é gosto! Se o cristão não acender mais que depressa, espaia um cheiro de cebola podre danado, diz que pro via de um tal de carboreto.
Mamãe, aqui tem um jogo chamado biá que não hai diabo que entenda, mas porém so joga nele gente de famia: é arredó duma mesa grande, forrada cum pano, como baú de pregaria, e os jogador segurando umas varas mode empurrar umas bolas que é ver ovo de ema. Quando estão jogando, dê por vista dois mexedor de farinha num forno de barro, ajeitando os rodo mode não desmanchar os beijú.
Mamãe, aqui tem também um latejo invisive que é um tal de cinema. É só a musga tocar, aparece umas figura de gente, de animal e de rua, tudo perfeito mesminho que se tivesse vivo e bolindo. O cinema é um pano esticado, parecido com vela de embarcação é a coisa mais bonita e mais encantada que eu já vi.
Mamãe, cheguei ontem de Tutoia. Fui na barca da companhia Busse mode trabaiá num vapô inglez, ganhando dois minréis por dia e quatro por noite.na Tutoia a gente vê o mar até onde ele bate nas paredes do céu. As barca sacode a gente faz dor de istambo e vontade de vomitá que nem urubu novo, tudo isso pru via do desassossego do mar. O vapor inguilês é um paidegua de grande, maior do que a vasante de fumo de compadre Domingo preto e mais alto do que o pé de tamarina da porta lá de casa. Os porão de botar carga são tão fundo que escurece a vista do cristão que espia. O pessoal que mora no vapor são tudo branco rozalgá, oio azul e cabelo vermeio. A fala deles só pro diabo, não hai quem entenda; é uma embruiada como de piriquito em roça de milho novo. São danado por papagaio ou por uma garrafa de de geribita. Quando os inguilês cunversa uns cos outros é uma trapaida direitinho a de tia Damiana adispois que teve a moléstia do ar. Outra coisa engraçada que eu acho é os inguilês do vapor tudo se chamar piloto; mode coisa que os padre da terra deles não batiza ninguém com outro nome.
Mamãe, prá eu lhe contar tudo direitamente não hai papel que chegue. Vou acabar porque já me dói as boneca dos dedo de eu tanto escrever."
(Do livro: Gaveta de Sapateiro de José Cavalcanti. Páginas 34 a 36)

sábado, 21 de novembro de 2009

OLHA O PANELADA!!



Hoje acessei o Blog do Panelada, em Verso e Prosa, onde ele me cita e faz elogiosas referências. Retribuo a gentileza e compartilho a postagem do Panelada, uma Autarquia, uma verdadeira instituição da cidade de Rio Branco.


PANELADA EM VERSO E PROSA

quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O QUE DIABO É BLOG?
Trabalhei em uma grande empresa, e assumia um cargo estratégico, o que me dava uma falsa impressão de poder. Lembro bem que nesta empresa existia um setor chamado de CPD Centro de Processamento de Dados, e na época ainda não havia a internet. De maneira que não fazia para mim o menor sentido em bisbilhotar em seus computadores e eu me sentia totalmente acomodado com o cargo que exercia.
Passou o tempo e com o avanço tecnológico não demorou em chegar a internet, continuei sem me interessar, mesmo porque já estava me sentido dobrando o cabo da boa esperança, e com a filosofia de que papagaio velho não aprende a falar.Meu filho comprou um computador ligado a internet, passei a olhar de longe só por curiosidade. Achava o invento interessante e me despertou a atenção quando vi o meu filho Jean batendo papo com um outro filho meu de Porto Velho.
De férias em Rio Branco, o meu filho Jeanderson ao sair no centro e observando o quanto sou conhecido me disse:
- Pai vou fazer um blog para o senhor.
A resposta já estava na ponta da língua.
- Não faça que eu não como frituras.
Pensei que blog seria uma fritura tipo saltenha!
Ele passou a me explicar a finalidade, tomei gosto pelo nome blogueiro. E hoje com o blog Paneladarb.blogspot.com, me sinto renovado e deslumbrado, ver meu blog em link com a CONTILNET, MAR DE MARAVILHAS e outros mais , é motivo de orgulho para este velho abilolado. Ser acessado por intelectuais da minha cidade é para mim o Oscar.
Obrigado de todo coração pela generosidade dos amigos que me visitam, não citarei os nomes para que a memória não me falte e cometa a ingratidão de omitir alguns nomes. Mas a titulo de esclarecimento informo :
- Não sou jornalista.
- Sei reconhecer minhas limitações.
Não adianta algumas pessoas com má intenção me dizer:
- Tenho uma bomba para tu colocar no teu blog.
Não é este o objetivo do blog.
Quem tiver suas bombas que procure um representante da revista Veja.
Quem pariu Mateus,que o embale.
Quero que quem acesse o blog,dê boas risadas, mesmo não sendo humorista sei que o riso alivia o espírito.
Aproveito a oportunidade para dizer que ontem acessei o blog do meu amigo Marcos Inácio, grande intelectual e bom caráter. Seu blog.” EU QUERO É SOSSEGO” recomendo para meus amigos, se bem que a matéria atrai matéria e vindo do Marcão só poderia ser coisa da melhor qualidade, que não precisa da minha humilde propaganda.
Como para mim muitas palavras ainda são novidades achei legal uma palavra que ele usou para reproduzir uma matéria do blog panelada..
“Pinçado do blog do PANELADA”, O Marcão reproduziu uma pérola do Jessier Quirino.
Navegando ainda no blog do Marcão encontrei uma linda poesia que eu chamo de filosófica de Augusto dos Anjos. Como achei bonito a palavra pinçar, estou pinçando do seu blog e em contraste com o grande Augusto colocarei uma poesia do Paraibano Zé Limeira.
Em tempo:
Na abertura do blog eu quero é sossego aparece o Marcão em uma rede.
Legal! Principalmente a cabeçorra do blogueiro que toma todo o espaço da velha rede.
Mudarei a abertura do meu blog. colocarei meu retrato.
É o novo! Sou do tempo do retrato.
Será eu dançando no forró do chocolate agarrado com uma velha bem novinha.


Versos Íntimos

Augusto dos Anjos (1884-1914)

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

AINDA MAIS

"Ainda Mais" de Paulinho da Viola e Eduardo Gudin. Gosto demais. E assim na simplicidade, com os próprios autores na execução, fica ainda mais bonita.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Hoje, além do dia da bandeira, também se comemora o dia da "Consciência Negra no Brasil, em memória do Zumbi dos Palmares. Um Rap e um filme para nossa reflexão.

Valeu Zumbi!!



SALVE LINDO PENDÃO DA ESPERANÇA

hoje é o dia da nossa Bandeira, o eterno pavilhão das nossas esperanças. A nossa homenagem.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A FELICIDADE É AQUI




A felicidade é aqui
Aprenda a controlar e a fazer bom uso das suas emoções

17/11/2009

Por Marco Antônio Tommaso*

Nunca a humanidade viveu um estado de agitação como neste inicio de século. Insegurança, violência, desemprego, crises sociais, políticas, econômicas de toda ordem, medo do futuro, mudanças, progresso tecnológico vertiginoso, altos índices de obsoletização em curtíssimo prazo. Cada nova solução gera novo problema que requer nova solução. O homem nunca foi tão exigido. Os próximos cinco anos prometem ser mais velozes que os últimos cinqüenta.

Se antes utilizávamos o termo "profissões de alta performance" para atletas olímpicos ou pilotos de Fórmula 1, onde a diferença entre o sucesso e o fracasso está em milésimos de segundo, hoje a utilizamos para todas as profissões. Devido à alta competitividade todos somos "profissionais de alta performance", significando que a diferença entre vencedores e vencidos é um detalhe. Treinamento, atualização, flexibilidade, preparo emocional, auto-estima no lugar.

Estaríamos psicologicamente preparados para tal?

Se a evolução cultural se deu com muito mais velocidade que a biológica estamos numa encruzilhada. Por um lado a demanda de mudanças ocorre em ritmo alucinante. Por outro, o equipamento biológico é o mesmo de nossos ancestrais da idade da pedra, que acionavam eventualmente o "sistema de alarme" diante do perigo, numa espécie de "susto", quando se viam diante de ameaças representadas por predadores, intempéries, invasões tribais. Os perigos eram externos, concretos, eventuais. Predadores apareciam episodicamente. Mobilizavam a sensação de medo que os levavam a resolver a situação lutando ou fugindo.

E nós? Nossos "predadores" estão dentro de nós. A necessidade de desempenho, o medo do amanhã, a incontrolabilidade de inúmeras situações com que nos defrontamos, a velocidade com que tudo ocorre nos mantém em estado de prontidão! Isso quer dizer estresse, ansiedade, preocupação, depressão, irritabilidade, que bloqueiam nosso potencial e acabam com nossa saúde.

Hoje, conhecemos a estreita relação entre as emoções e a saúde física e mental. Cada vez mais sabemos que "a cabeça comanda o processo" e que a felicidade depende do uso adequado de nossas emoções. Há quarenta anos atrás o Prof. Alípio Correia Neto dizia que a úlcera gástrica tinha poderoso componente emocional e riram dele. Hoje ririam se ele não dissesse.

E, doenças à parte, a qualidade de vida, como fica? Além de problemas físicos diversos, as emoções bem conduzidas são componentes importantes e fundamentais da autoestima, essencial para a qualidade de vida, para o usufruto desse progresso que ajudamos a fomentar, sem o que ele não se justificaria.

Usufruímos nosso potencial? O realizamos na plenitude? Nos conhecemos o suficiente para controlarmos nossas emoções e fazer bom uso delas? Temos previsibilidade em nosso comportamento ou somos tomados de sobressalto a cada momento com temores fora de hora? Adiamos decisões importantes? Usufruímos nosso direito à felicidade e ao sucesso ou parece que nos auto sabotamos "na hora H" quando tudo parecia caminhar bem? E nossos relacionamentos? Temos medo de lutar por algo melhor ou nos acomodamos por tédio, medo "de não dar certo" (ou de dar certo?...), ou seja lá o que for?

Compreende por que a psicologia pode ajudá-lo mesmo sem considerar casos clínicos? Vislumbra a necessidade do autoconhecimento emocional sem o qual a lógica da razão sucumbe à ilogicidade da emoção, tornando-nos reféns dela ou aprisionando-nos por medo e inércia? Compreende como a Psicologia, longe de ser "tratamento para loucos"ou "sinal de fraqueza ou dependência", é poderoso instrumento de equilíbrio e eficiência? De otimização do mais perfeito dos computadores que é a mente humana de cujo funcionamento adequado depende, em última análise, a felicidade.

*Marco Antônio Tommaso é psicólogo formado pela USP, especializado em Adolescentes e Adultos, membro da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e especializado em Psicologia Clínica Geral, transtornos de Ansiedade e de Personalidade.





UM BOM LEMBRETE


Lembretes
Atualizado em 17 de novembro de 2009 às 22:06 Publicado em 17 de novembro de 2009 às 22:05

Por Rodrigo Oliveira Fonseca*

no Blog do Bentes



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LEMBRETES

1 – Agir coletivamente

Um dos males culturais do nosso tempo é esse foco no indivíduo, na intimidade, no “eu interior”, ou seja lá o que se chame. Tudo isso tem nos levado à ilusão de vivermos a vida de forma autêntica, verdadeira, singular, quando na verdade o que tem nos consumido é um vazio imenso, uma falta (ou pobreza) de sentidos... Em verdade, desse jeito compramos muito mais facilmente os sentidos prontos e à disposição nas prateleiras da indústria cultural.

Não tem saída sem olhar pra fora da janela, abrir a porta e convidar algumas pessoas para entrar. Temos que nos esforçar pra ver de um lugar mais alto e mais amplo que o nosso umbigo, a nossa rua, o nosso (muitas vezes já duríssimo) drama pessoal. Sem prejuízo algum para as iniciativas individuais, que são imprescindíveis, nossas ações precisam ser coletivas! Dificilmente as iniciativas pessoais viram correntes, e menos ainda correntezas, a não ser que tenham em si um poder aglutinador.

Essa força coletiva e aglutinadora a gente não se consegue apenas somando lideranças, juntando espíritos inquietos. Nós, os já perturbados com o mundo, mais do que formar confrarias entre iguais ou quase iguais, temos que descobrir formas variadas de perturb..., de sensibilizar os outros! Isso não se consegue com arrogância nem com frases prontas.

Nesse sentido toda manifestação, todo panfleto, todo pequeno ou grande gesto de luta pra mudar o mundo, não pode ser apenas contra isso, contra fulano, ou contra tudo. Não pode ser apenas um descarrego de raiva (e de consciência) ou de frustrações (ainda que com os desejos mais profundos, em estado puro). Não pode ser nenhum descarrego, desconto, troco,... deve muito mais servir como uma ponte, como um convite pra que outros possam realmente se somar – e multiplicar. Isso se faz com linguagem, posturas e procedimentos, o que nem sempre é fácil controlar, mas também se faz, sempre, com vontade e decisão de agir coletivamente.

Vamos desbaratar o discurso liberal, que diz que a liberdade de “um” começa onde termina a do “outro”. O mundo não é aquela banda (que felizmente não escuto há tempos) “Uns e Outros”, ele não é formado por seres isolados e indiferentes entre si, perfeitamente intercambiáveis. Isso é o grande sonho do capitalismo, poder reduzir as pessoas a uma função, a um lugar vazio dentro de uma estrutura (de produção), facilmente preenchido por qualquer um que tenha que se submeter a ele. Somos ao mesmo tempo diferentes e extremamente dependentes uns dos outros. O que é preciso é mudar algumas dessas dependências e dessas liberdades...

Contra essa liberdade imensa que o sistema tem pra nos tirar o emprego, a casa, a saúde, a tranqüilidade, o conhecimento, a voz, a disposição,... só com muita ação, e só com muitos agindo.

2 – Falar e fazer. Fazer e falar.

Diferentemente do que se diz por aí, não é verdade que “falar é fácil, o difícil é fazer!”. Falar é difícil pra caramba... E falar também é fazer. “Fulano só fica no verbo”... quem diz isso se esquece que verbo é prática, é ação, e que muitas vezes até mesmo ficar calado e não repetir aquilo que esperam que você repita, já é um tremendo dum gesto. Silenciar em determinado momento pode ser bastante subversivo.

Tanto naquilo que a gente pode e deve fazer como naquilo que a gente pode e deve falar, o importante é buscar os sentidos. Sobretudo os sentidos que derrubam a acomodação. Fazer por fazer ou falar por falar não ajudarão na bela tarefa cotidiana de mudar o mundo. Falar deve ser sempre um convite ao fazer. Fazer deve sempre ser um convite ao falar, à reflexão coletiva, à crítica, ao estudo.

3 – Estudar e estudar.

Outra coisa que no comportamento de muitos perturbados com o mundo parece secundária mas não é: estudar. O estudo, historicamente, tem levado muitas pessoas ao enfrentamento contra o sistema. Ele tem o poder de despertar, de mexer conosco, sobretudo quando feito de forma interessada e interessante.

É claro que muitas coisas que se estuda são profundamente alienantes, não passam de saberes instrumentais à ordem, que servem apenas para a reprodução do sistema em suas muitas demandas e funções. Não é desse estudo que se trata aqui.

Precisamos estudar de diversas maneiras, não só com livros e não só com os “livros de estudar”. É possível estudar com o bairro onde a gente mora, estudar com a literatura, com o cinema, na conversa com os familiares e amigos. Pode-se estudar até na escola e na faculdade!!! Pode-se estudar assistindo o pior dos programas na TV. Isso porque quem faz o estudo é sempre quem estuda, é o olhar de quem estuda, analisa e compreende.

Mas precisamos, evidentemente, estudar as mais diversas formas de intervir no destino das coisas. Só se faz isso, entretanto, com muita humildade, com a consciência de que nunca saberemos o bastante, e que o resultado de todo bom estudo não é chegar a respostas inabaláveis, mas sim a capacidade de fazer novas e melhores perguntas. Perguntas que façam o chão tremer e o horizonte se abrir. As respostas, bem, as respostas a gente conquista, na prática, como de certa forma escreveu o velho Karl Marx: a prática é o critério da verdade.

4 – Combater.

Há alguns anos atrás, no Fórum Social Mundial, pela boca de João Pedro Stédile, do MST, ouvi algo que me marcou profundamente. Algo simples: não basta apoiar os fracos, os pobres, os trabalhadores; é preciso combater os poderosos, os ricos, os grandes empresários. Essa sentença adquire uma força maior se pensamos os vínculos do MST com a Teologia da Libertação, que marcou um acontecimento no seio do cristianismo latino-americano.

A tradicional atenção aos pobres no cristianismo (em oposição àqueles que hoje seguem a Teologia da Prosperidade) implicava em caridade, em doação de bens. A partir da ação e dos escritos de teólogos que estudaram o marxismo de coração aberto, a atenção aos pobres virou combate à pobreza, virou doação de si para esta causa fenomenal.

Não se combate a miséria olhando-se apenas para a miséria. No capitalismo, ela é resultado direto da riqueza de uns poucos. Esse combate (bater em conjunto, agir coletivo) não é certamente contra as pessoas, mas contra os papéis e funções que elas cumprem na ordem social. O combate é contra a possibilidade de elas poderem continuar fazendo o que fazem, em detrimento da maioria.

Nessa contra-função, nessa resistência e enfrentamento, é claro que não há como agradar a todos, não há como ser totalmente simpático. Se nos parece que estamos fazendo algo grande para mudar o mundo, e com isso que fazemos não provocamos reações, de nenhum tipo, é um sinal claro de que ainda não tocamos nas coisas mais essenciais da manutenção da ordem.

O capitalismo tem demonstrado uma capacidade imensa de absorver as pessoas, os grupos e as idéias que surgem para o combater. Vejam a apropriação feita da imagem do Che Guevara. Vejam o que se tornaram alguns partidos considerados de esquerda. Vejam o que algumas ONGs têm faturado na ausência do Estado. A imagem de Che, a esquerda parlamentar e o trabalho de cooperação desenvolvido por algumas organizações, quando deixam de significar enfrentamentos, quando deixam de implicar em combate à ordem e são por ela engolidos, servem muito bem na promoção da imagem de um mundo mais democrático e tolerante.

É esse outro engodo que nos forçam engolir nestes tempos, a tolerância, no sentido de indiferença, de passividade. Tolerar é bem diferente de compreender. Os que compreendem e não toleram o mundo como ele é são chamados de autoritários... Mas é por trás desses discursos de recusa de toda e qualquer autoridade, de critérios, de diferenciação, que se pode ver o mais violento autoritarismo, o autoritarismo da impossibilidade de questionar e alterar as coisas no mundo. Isso é intolerável! Nos reduz a lesmas.

Ao invés de ficarmos amargando estes últimos acontecimentos do mercado do voto, do jogo eleitoral, cada um de nós tem, todos nós temos, certamente, alguma forma de conciliar essas necessidades de combater, de estudar, de fazer e falar e de agir coletivamente. Afinal de contas, mudar o mundo não é nada assim de outro mundo.

*Rodrigo Oliveira Fonseca é Jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em história social da cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), professor-bolsista e doutorando em estudos da linguagem na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS
).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O PT É AINDA O MAIS SÉRIO

O jornalista Paulo Henrique Amorim, escreve no seu site Conversa Afiada, que o UOL escondeu uma enquete onde o Partido dos Trabalhadores é apontado como o partido mais sério do Brasil, seguido de longe (menos da metade dos votos) pelo PSDB. Diz ainda que o "UOL não faria uma enquete para dizer que o PT é sério. Mas, fez. E teve de escondê-la". Colocando a enquete em uma página interna. O resultado atualizado é esse aqui:

PT - 43,85%
PSDB - 19,27%
PMDB - 10,46%
Nenhum - 9,05%
PSB - 4,71%
PSOL - 3,28%
DEM -2,33%
PV - 2,06%
PDT - 1,59%
PCdoB - 1,36%
PRB - 1,05%
PPS - 0,43%
PHS - 0,25%
PP - 0,07%
PR - 0,07%
PSC - 0,04%
PTdoB - 0,04%
PMN - - 0,03%
PTB - 0,03%
PRTB - 0,02%
PTC -0,02%

Total de Votos: 26.857
Data: 24.08.2009

TRATADO DE PETROPÓLIS


Barão de Rio Branco (ao centro)

Há 106 anos, Brasil e Bolívia, assinavam o Tratado de Petropólis. O Brasil se comprometia a pagar 2 milhões de libras esterlinas como indenização a Bolívia e 110 mil libras ao Bolivian Syndicate e ainda doava um pedaço de área de Mato Grosso além da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim. Com o Acre incorporado ao nosso território, o Brasil ganhava seus contornos definitivos. Como disse Márcio de Souza em seu Folhetim "Galvez, Imperador do Acre": "Foi uma conquista dos seringueiros nordestinos, que a serviço de seus patrões e, de armas em punho, empurraram a fronteira com a própria miséria."

domingo, 15 de novembro de 2009

AMENDOIM TORRADINHO

Um samba canção de Augusto Garcês e Ciro de Souza, que ouvi muito no rádio interpretado pela Ângela Maria (A Sapoti) e no programa do Potiguar Esporte Clube, "Variedades Alvi-Rubras" interpretada por Zé Pontes (já falecido). Apresento-a com Adriana Capparelli e Letícia Coura com esse fabuloso conjunto de nome alemão.

120 ANOS DE REPÚBLICA

Com pouca democracia depois da República. Apenas, míseros 50 anos, de franquias democraticas.

A CRUZ DE MALTA É O MEU PENDÃO


O meu Vasco voltou à 1ª divisão do futebol brasileiro, sagrando-se campeão da série "B". Pena que o título foi em cima do meu América de Natal. Vamos cantar o nosso hino.




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

FELICIDADE É UM BEM NATURAL

Uma das minhas músicas prediletas: Cicatrizes de paulo César Pinheiro, com Roberta Sá e o MPB-4.




20 ANOS DA QUEDA DO MURO DE BERLIM

Em homenagem aos destruidores de muros e construtores de pontes. "Pesadelo" de Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós.


SOBRE INGRATIDÃO


Maria Exuberante

Maria confinada

MARIA NINGUÉM



Marcos Inácio Fernandes.*




Não é a Maria do samba Bossa Nova do Carlos Lyra. É a Maria Antônia nossa amiga, companheira e ex- Vereadora do PT. Encontrei-me com ela em São Paulo quando regressava do X Congresso das Associações e Sindicatos da Extensão Rural – CONFASER e da reunião da Academia Brasileira de Extensão Rural – ABER, realizado em Florianópolis na última semana de outubro. Visitei-a no sábado último (31/10) no seu apartamento do Cardin Plaza Hotel, bem perto do hospital da Beneficência Portuguesa.
Creio que a minha visita lhe fez bem. Quem não ficou bem fui eu em lhe ver confinada num minúsculo quarto de hotel, sem poder caminhar devido o problema na coluna, com a voz cansada, a memória falhando e um pouco amargurada pelo abandono a que está relegada pelos “companheiros” do partido e alguns amigos. Ainda bem que, nessas horas, para alguns, ainda resta a família para se amparar. Maria está acompanhada pela sua irmã Graça (esposa do Silva da EMATER), que controla a sua medicação (uma enxurrada de comprimidos por dia). Ainda bem, que ela conta com esse suporte familiar para enfrentar o seu infortúnio que, espero e desejo, que não se prolongue mais.
Aos 65 anos, Maria dedicou quase a metade desse tempo de sua existência ao movimento sindical e político no PC do B e no PT. Foi Vereadora por duas legislaturas, sendo que na última era a única Vereadora do PT. Na eleição de 2008, ela não conseguiu se reeleger e ficou no ostracismo político e com dívidas de campanha. As dívidas é uma das coisas que a angustia muito. Ela me confidenciou que, não pode morrer, enquanto não pagar suas dívidas com as pessoas que confiaram nela. Vejam vocês se isso é coisa para se preocupar prá quem já fez três cirurgias esse ano, inclusive, uma na cabeça de onde tirou um coágulo de 8 cm e continua em tratamento sem ter ainda um diagnóstico preciso do seu problema?
Para os que acreditam em castigo, penitência, purgação, carma, essas coisas, talvez encontrem uma explicação para o que está acontecendo com Maria que, até no ano passado, não sentia uma “dor numa unha” e agora só não tem “falta de ar”. É a vida com os seus sortilégios. Agora o que mais maltrata e magoa Maria é a falta de solidariedade, a indiferença e a omissão dos companheiros de partido. O que é isso companheiros? Lembrem-se do samba antológico do Nelson Cavaquinho: “..Quem quiser fazer por mim, que faça agora...” (Quando Eu Me Chamar Saudade). Maria Antônia precisa e merece um pouco da nossa generosidade. “As flores em vida”.

*Marcos Inácio Fernandes é militante do PT e um amigo, sem procuração, da Maria Antônia
Artigo publicado no jornal A gazeta de 05 de novembro de 2009. Pag. 3

sábado, 7 de novembro de 2009

REUNIÃO DA ABER








Hur Ben (ao centro) presidindo a reunião




Jantar de Confraternização no "Big Portion" (camarão no balde).



Vizolli e Hur Ben


Waldir Giusti e Paulinho


Mário Amorim e Willi


Presidente da ABER, Hur Ben, saudando os presentes.

Em pé: Paulinho(RR), Osman (ES), Gabriel (MS), Abdon (BA), Medeiros (PB), Willi (MG), Verneck(PB), Marcos Dantas (AL), e Diogo(RS). Sentados: Angélica (SE), Mário Amorim (RN), Hur Ben (PR), Waldir Giusti (DF), Marcão (AC).

Capa do Estatuto da ABER


A principal pauta da reunião da ABER, foi a reformulação do nosso Estatuto.


































LUÍS INÁCIO, FALOU!!



Foi no 12º Congresso do PC do B e rebate FHC e Caetano.

Lula: “Política exige mais inteligência que conhecimento”
Aclamado de pé pelos participantes do12º Congresso do PCdoB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu ao partido pelo apoio e lealdade e destacou a contribuição dos comunistas para o seu governo e o país. No discurso, ele aproveitou para responder às recentes críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à sua gestão e às declarações do cantor Caetano Veloso, que o chamou de analfabeto. “Na mesma semana em que fui tachado de analfabeto, ganhei o título de estadista do ano”, disse.

Lula, que discursou por mais de uma hora, começou sua intervenção resgatando a histórica relação entre PT e PCdoB, que já dura mais de 20 anos. Comparando a aliança ao convívio de um casal, ele lembrou que nunca houve brigas ou rompimento entre as duas legendas. Ressaltou que a sigla comunista esteve ao seu lado nos momentos bons e ruins, citando o apoio que recebeu desde a eleição de 89.

“Quando as pesquisas de opinião tiravam tanto voto meu que pensava que ia terminar a eleição devendo pontos ao Ibope, conversei com (João) Amazonas que era a hora de pensar a candidatura”, contou, com humor. Segundo Lula, ele ouviu do líder comunista que não era possível fazer a candidatura de um operário querendo agradar a todos os setores e que a campanha deveria ser dirigida aos trabalhadores.

“O Amazonas era o homem que apaziguava as brigas, as divergências, entre Brizola, eu e Arraes”, elogiou, ao mencionar a capacidade do PCdoB de construir a unidade. “Definimos então que as relações entre PCdoB e PT deveriam ser uma coisa mais profunda, que, respeitando as soberanias de cada partido, estivéssemos juntos na maioria das lutas. E não poderia deixar de agradecer ao PCdoB”, colocou, lembrando as eleições de 94, 98 e 2002.

“Dentro do PT teve gente que achava que eu não devia mais ser candidato. Mas, no PCdoB, não havia ninguém que dissesse isso”, afirmou, agradecido também pelo fato de o partido não “ter abandonado o barco” na crise de 2005.

Diante de uma plateia repleta de integrantes de movimentos sociais, o presidente falou sobre a época de sindicalista e defendeu: “Deus queira que muitos operários cheguem à presidência, por que aí a gente descobre a responsabilidade do cargo quando quer fazer um governo sério. (...). Na oposição, a gente diz que acha isso e aquilo. Na cadeira, você decide ou não decide, não tem trelelé. E tem que olhar a correlação de forças e as instituições”, discursou, rendendo loas também aos movimentos sociais e, em especial, à UNE.

Dirigindo-se à mesa, o presidente destacou as qualidades dos comunistas que ocuparam ministérios em seu governo, “por que tiveram caráter e lealdade”. Segundo ele, o “PCdoB foi exemplar nesses sete anos de governo”.

Continuidade

Brincalhão, Lula falou de certa “tristeza” em, pela primeira vez, não ter seu nome na cédula da disputa presidencial. “Vai ter um vazio na minha cabeça”, brincou, mencionando a pré-candidata e ministra Dilma Rousseff como a possibilidade de “continuidade de um projeto”.

Referindo-se à juventude presente no Congresso, Lula também brincou com a possibilidade de se candidatar a uma vaga no Prouni quando não estiver mais na presidência. “Talvez a UNE me aceite (...), mas acho mais fácil a UJS me aceitar”, divertiu-se.

“Prestem atenção que esta coisa é muito séria. Quem é prefeito, governador, sabe perfeitamente que um estranho no ninho pode desmontar tudo que foi feito em apenas dois anos (...). Por isso a continuidade é extremamente importante”, disse.

Recado a Caetano e FHC

Com ironia e sem citar nomes, o petista respondeu críticas sobre a sua falta de formação universitária e mandou recados ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Se tem uma coisa inteligente é a classe operária. Tem muito intelectual no Brasil que pensa que não. (...) Essa semana eu fui chamado de analfabeto (...) e nessa mesma semana eu ganhei o título de estadista do ano”.

A declaração foi uma referência ao fato de que, no último dia 5, em uma entrevista, o cantor Caetano Veloso chamou o presidente de analfabeto e disse que, ao contrário da Marina Silva e do Barack Obama, Lula não saberia falar e seria cafona e grosseiro.

“Tem gente que acha que a inteligência está ligada à quantidade de anos no colégio. Não tem nada mais burro que isso. A universidade dá conhecimento. Inteligência é outra coisa. E a política é uma das ciências que exigem mais inteligência do que conhecimento. Inteligência para saber montar equipe, tomar decisões, não está nos livros, mas no caráter e na sensibilidade”, completou. Com ironia, ele conclui: “mas não importa. As pessoas falam o que querem e ouvem o que não querem. A vida é dura”.

Soltando indiretas para Fernando Henrique Cardoso, que no último domingo divulgou artigo falando de um “subperonismo” no governo petista, Lula alfinetou: “Compreendo o ódio, porque um intelectual ficar assistindo um operário que só tem o quarto ano primário ganhar tudo que ele imaginava que ele pudesse ganhar e não ganhou...”, disse Lula, interrompido por palmas e gritos de guerra.

“Tem presidente que foi estudar dois, três anos lá fora. Eu não”, disse o presidente, afirmando que, diferente de outros presidentes, ele precisou provar desde o dia que nasceu que tem competência. “Tinha clareza, e o PCdoB sabe disso, de que se fracassássemos, levaria mais 150 anos para outro operário ser presidente”, colocou.

Ainda fazendo referência a Caetano, Lula declarou, com graça, que “um país governado por um analfabeto vai terminar realizando um governo que mais investiu em educação”. E reposicionou o alvo no ex-presidente tucano: “Estamos fazendo uma vez e meia o que eles não fizeram em um século. (...) O Fernando Henrique Cardoso achava que nós seríamos um fracasso e que ele poderia voltar”.

O precedente Lula e as instituições poderosas

O petista contou ter participado recentemente de uma reunião com catadores de papel, na qual teve “a coragem de dizer para um catador: você pode ser presidente da república desse país, porque vamos deixar um legado”. Lula, contudo, afirmou que chegar ao governo não é o mesmo que chegar ao poder, “Há instituições poderosíssimas”, colocou.

O presidente citou, então, exemplos em que houve pressão contrária às suas posições quanto à política internacional do Brasil. “Queriam que eu batesse no Evo Morales. O Evo queria o gás que era dele. Eu poderia ter feito uma bravata com ele, já que a Bolívia é um país menor. Mas eu não conseguia enxergar como é que um metalúrgico de São Bernardo ia querer brigar com o presidente da Bolívia. Queria brigar era com o Bush, mas ele virou meu amigo e nunca precisei brigar com ele”, brincou.

Sobre as críticas acerca da revisão do tratado de Itaipu, Lula lembrou que houve quem dissesse que o presidente não iria entrar em briga com o Paraguai por ser “frouxo”. “Como é que um país do tamanho e com as riquezas do Brasil vai brigar com o Paraguai? Preferi construir um acordo que vai dar chance de o Paraguai se desenvolver”.

Sob o olhar atento da militância comunista, Lula falou também sobre o papel do Brasil na região e as dificuldades de construir a Unasul. “O Brasil não pode se comportar como se tivesse a hegemonia. Tem que ser como um companheiro mais velho, contemporizar”. E divertiu-se ao dizer que propôs a criação dos Conselhos de Defesa e de Combate ao Narcotráfico na Unasul, para poder dizer: “Obama, não precisamos de bases militares. Vamos cuidar nós mesmos do combate ao narcotráfico e você vá cuidar dos consumidores”.

Manipulação da informação

Embora não tenha feito questionamentos diretos a veículos de comunicação, o presidente por várias vezes mencionou o fato de as informações importantes sobre o país não chegarem à população. E chegou a dizer que, se dependesse de alguns meios de comunicação, ninguém saberia de nada.

O presidente citou manchetes de jornais. “Uma delas, dizia: contra Lula, o PSDB treina cabos eleitorais no Nordeste. Ou seja, é um pouco o que os alemães faziam com os judeus. Ou seja, vamos treinar gente para não permitir que eles sobrevivam”, comparou o presidente.

Ele mencionou ainda uma matéria cujo título se referia à uma cobrança da ONU à meta brasileira de emissão de gases. “A ONU não tem condições de cobrar um milésimo do Brasil”, respondeu.

Além do presidente Lula, a mesa do ato foi composta por diversas lideranças políticas e dos movimentos sociais, entre elas (da esquerda para a direita), João Pedro Stedile (MST); Wagner Gomes (presidente da CTB); Ricardo Berzoini (presidente do PT; Luciana Santos (secretária de C&T de Pernambuco); Rodrigo Rollemberg (deputado federal PSB-DF); os senadore Aloisio Mercadante e Inácio Arruda; Paulo Vanucchi (secretário especial de Direitos Humanos); o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães; Luiz Dulci (secretário da Presidência); Tarso Genro (ministro da Justiça); Renato Rabelo (presidente do PCdoB); Orlando Silva (ministro do Esporte); Edson Santos (ministro da Igualdade Racial); o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; Augusto Chagas (presidente da UNE); Daniel Almeida (líder do PCdoB na Câmara); Renildo Calheiros (prefeito de Olinda); Haroldo Lima (presidente da ANP) e Aldo Rebelo (deputado federal).

De São Paulo,
Joana Rozowykwiat

CAETANO CANTA CALUNIA "EM CAUSA PRÓPRIA"



Gosto mais do Caetano cantando do que falando besteiras preconceituosas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MENSALÃO TUCANO








O "Mensalão" tucano de Azeredo e as máscaras da direita

A palavra mensalão entrou para o vocabulário político em 2005 pela voz da oposição de direita que promoveu acusações contra o governo tentando deslegitimar o mandato do presidente Lula, forçá-lo a renunciar à reeleição em 2006 e, quando ficou claro que ele se candidataria a um novo mandato, fazer o presidente "sangrar" até a eleição, tentando impor a vitória de um candidato do esquema PSDB/DEM. Não deu certo.

Naquela ocasião já haviam aparecido acusações mais consistentes de desvio de dinheiro público justamente contra o tucanato, para financiar, em 1998 - portanto em pleno domínio neoliberal, com Fernando Henrique Cardoso no comando do governo federal - a reeleição do então governador mineiro e ex-presidente nacional do PSDB Eduardo Azeredo, que hoje é senador.

O registro pela imprensa daqueles indícios ficou longe do enorme escândalo feito em torno de acusações muito menos consistentes a membros da base aliada do governo. Afinal, a mídia tem lado e partido - aliás, funciona como um -, sendo a ala mais estridente da emplumada fauna da direita brasileira.

O voto dado ontem (dia 4) pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela abertura de uma ação penal contra Azeredo e seus cúmplices pela articulação naquele esquema ilegal recoloca em pauta uma questão jurídica e penal, e principalmente política.

O ministro Barbosa viu no processo indícios "robustos" de crime de peculato (desvio de recursos públicos) e também de lavagem de dinheiro, outra acusação que, tudo indica, será acatada por ele no relatório que vai propor ao plenário do STF a abertura do processo criminal contra o senador e os envolvidos naquela quadrilha, a maioria dos quais eram altos funcionários de empresas do governo mineiro durante o mandato de Azeredo. A investigação feita pelo Ministério Público Federal apurou que foram desviados - através do chamado valerioduto mineiro, apelido derivado do nome de seu operador, o empresário Marcos Valério - pelo menos 3,5 milhões de reais para garantir a reeleição de Azeredo.

Segundo Joaquim Barbosa foram crimes planejados e coordenados por Azeredo, que figura no processo como uma espécie de poderoso chefão de uma gang organizada para assaltar os cofres públicos. Ele "tinha conhecimento do desvio", disse o ministro.

A questão jurídica e penal envolvida será decidida pelo STF. Já a questão política... onde está o escândalo dos campeões da honestidade da mídia? O jornal O Estado de S. Paulo praticamente escondeu a notícia, publicando-a na página 9 de seu primeiro caderno. A Folha de S. Paulo deu uma chamada subalterna e amena na capa ("Relator do STF aponta crime de Azeredo em valerioduto") e trouxe uma reportagem com apenas 630 palavras, pequena para os padrões do escândalo midiático. O Globo deu, na capa, uma manchete sobre economia e, em sua página eletrônica preferiu atacar o deputado José Genoino (PT-SP), com a manchete "Réu do mensalão, Genoino defende 'ficha-suja'", só se referindo à decisão do ministro Joaquim Barbosa numa matéria secundária com um título "frio": "Para relator do mensalão no STF, Eduardo Azeredo cometeu peculato".

O chamado "mensalão" trouxe prejuízos para o governo mas não rendeu os dividendos políticos que a direita esperava. As denúncias foram apuradas e tiveram conseqüências judiciais, mas a lenda de pagamentos mensais para comprar apoios ao governo jamais foi comprovada. Já o desvio de montanhas de dinheiro público para financiar campanhas eleitorais tucanas está sendo comprovado e demonstrado na mais suprema corte de justiça do país. As máscaras da direita caem e o julgamento político de sua conduta é o que vai sair das urnas em 2010.

Editorial do Blog Vermelho do PC do B (06/11/2009)



quinta-feira, 5 de novembro de 2009

FALA, FHC FALA


Para onde vamos?


Fernando Henrique Cardoso


A enxurrada de decisões governamentais esdrúxulas, frases presidenciais aparentemente sem sentido e muita propaganda talvez levem as pessoas de bom senso a se perguntarem: afinal, para onde vamos? Coloco o advérbio “talvez” porque alguns estão de tal modo inebriados com “o maior espetáculo da Terra”, de riqueza fácil que beneficia poucos, que tenho dúvidas. Parece mais confortável fazer de conta que tudo vai bem e esquecer as transgressões cotidianas, o discricionarismo das decisões, o atropelo, se não da lei, dos bons costumes. Tornou-se habitual dizer que o governo Lula deu continuidade ao que de bom foi feito pelo governo anterior e ainda por cima melhorou muita coisa. Então, por que e para que questionar os pequenos desvios de conduta ou pequenos arranhões na lei?


Só que cada pequena transgressão, cada desvio vai se acumulando até desfigurar o original. Como dizia o famoso príncipe tresloucado, nesta loucura há método. Método que provavelmente não advém do nosso príncipe, apenas vítima, quem sabe, de apoteose verbal. Mas tudo o que o cerca possui um DNA que, mesmo sem conspiração alguma, pode levar o País, devagarzinho, quase sem que se perceba, a moldar-se a um estilo de política e a uma forma de relacionamento entre Estado, economia e sociedade que pouco têm que ver com nossos ideais democráticos.


É possível escolher ao acaso os exemplos de “pequenos assassinatos”. Por que fazer o Congresso engolir, sem tempo para respirar, uma mudança na legislação do petróleo mal explicada, mal-ajambrada? Mudança que nem sequer pode ser apresentada como uma bandeira “nacionalista”, pois, se o sistema atual, de concessões, fosse “entreguista”, deveria ter sido banido, e não foi. Apenas se juntou a ele o sistema de partilha, sujeito a três ou quatro instâncias político-burocráticas para dificultar a vida dos empresários e cevar os facilitadores de negócios na máquina pública. Por que anunciar quem venceu a concorrência para a compra de aviões militares, se o processo de seleção não terminou? Por que tanto ruído e tanta ingerência governamental numa companhia (a Vale) que, se não é totalmente privada, possui capital misto regido pelo estatuto das empresas privadas? Por que antecipar a campanha eleitoral e, sem nenhum pudor, passear pelo Brasil à custa do Tesouro (tirando dinheiro do seu, do meu, do nosso bolso…) exibindo uma candidata claudicante? Por que, na política externa, esquecer-se de que no Irã há forças democráticas, muçulmanas inclusive, que lutam contra Ahmadinejad e fazer mesuras a quem não se preocupa com a paz ou os direitos humanos?


Pouco a pouco, por trás do que podem parecer gestos isolados e nem tão graves assim, o DNA do “autoritarismo popular” vai minando o espírito da democracia constitucional. Esta supõe regras, informação, participação, representação e deliberação consciente. Na contramão disso tudo, vamos regressando a formas políticas do tempo do autoritarismo militar, quando os “projetos de impacto” (alguns dos quais viraram “esqueletos”, quer dizer, obras que deixaram penduradas no Tesouro dívidas impagáveis) animavam as empreiteiras e inflavam os corações dos ilusos: “Brasil, ame-o ou deixe-o.” Em pauta temos a Transnordestina, o trem-bala, a Norte-Sul, a transposição do São Francisco e as centenas de pequenas obras do PAC, que, boas algumas, outras nem tanto, jorram aos borbotões no Orçamento e mínguam pela falta de competência operacional ou por desvios barrados pelo Tribunal de Contas da União. Não importa, no alarido da publicidade, é como se o povo já fruísse os benefícios: “Minha Casa, Minha Vida”; biodiesel de mamona, redenção da agricultura familiar; etanol para o mundo e, na voragem de novos slogans, pré-sal para todos.


Diferentemente do que ocorria com o autoritarismo militar, o atual não põe ninguém na cadeia. Mas da própria boca presidencial saem impropérios para matar moralmente empresários, políticos, jornalistas ou quem quer que seja que ouse discordar do estilo “Brasil potência”. Até mesmo a apologia da bomba atômica como instrumento para que cheguemos ao Conselho de Segurança da ONU – contra a letra expressa da Constituição – vez por outra é defendida por altos funcionários, sem que se pergunte à cidadania qual o melhor rumo para o Brasil. Até porque o presidente já declarou que em matéria de objetivos estratégicos (como a compra dos caças) ele resolve sozinho. Pena que se tenha esquecido de acrescentar: “L”État c”est moi.” Mas não se esqueceu de dar as razões que o levaram a tal decisão estratégica: viu que havia piratas na Somália e, portanto, precisamos de aviões de caça para defender o “nosso pré-sal”. Está bem, tudo muito lógico.


Pode ser grave, mas, dirão os realistas, o tempo passa e o que fica são os resultados. Entre estes, contudo, há alguns preocupantes. Se há lógica nos despautérios, ela é uma só: a do poder sem limites. Poder presidencial com aplausos do povo, como em toda boa situação autoritária, e poder burocrático-corporativo, sem graça alguma para o povo. Este último tem método. Estado e sindicatos, Estado e movimentos sociais estão cada vez mais fundidos nos altos-fornos do Tesouro. Os partidos estão desmoralizados. Foi no “dedaço” que Lula escolheu a candidata do PT à sucessão, como faziam os presidentes mexicanos nos tempos do predomínio do PRI. Devastados os partidos, se Dilma ganhar as eleições sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no Estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão. Estes são “estrelas novas”. Surgiram no firmamento, mudaram de trajetória e nossos vorazes, mas ingênuos capitalistas recebem deles o abraço da morte. Com uma ajudinha do BNDES, então, tudo fica perfeito: temos a aliança entre o Estado, os sindicatos, os fundos de pensão e os felizardos de grandes empresas que a eles se associam.


Ora, dirão (já que falei de estrelas), os fundos de pensão constituem a mola da economia moderna. É certo. Só que os nossos pertencem a funcionários de empresas públicas. Ora, nessas, o PT, que já dominava a representação dos empregados, domina agora a dos empregadores (governo). Com isso os fundos se tornaram instrumentos de poder político, não propriamente de um partido, mas do segmento sindical-corporativo que o domina. No Brasil os fundos de pensão não são apenas acionistas – com a liberdade de vender e comprar em bolsas -, mas gestores: participam dos blocos de controle ou dos conselhos de empresas privadas ou “privatizadas”. Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido no governo e para eles atraindo sócios privados privilegiados, eis o bloco sobre o qual o subperonismo lulista se sustentará no futuro, se ganhar as eleições. Comecei com para onde vamos? Termino dizendo que é mais do que tempo de dar um basta ao continuísmo, antes que seja tarde.


Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da República



Minha opinião:


Eu acho que, os tucanos Demos e o Partido da Imprensa Golpista - PIG, vão para a oposição de novo. Porque o show tem que continuar,